De:Glauberto Laderlac
A frase deste título gera em algumas pessoas verdadeiras repulsa. Pois bem, explico:
- Na virada dos anos 80 para os anos 90, eu tinha meus 16 anos de idade e operava o magnífico telex. Nesta época eu era bancário e o lugar mais perto de “Zeus” que eu conhecia se chamava CPD (Centro de Processamento de Dados), não obstante, fazíamos a triagem de todos os documentos autenticados ao longo do expediente bancário que, eram somados, encapados em lotes e enviados ao referido Olímpio.
Ao longo do nosso expediente, ouvíamos as lamúrias dos colegas que enfadonhamente separavam, somavam, conferiam e “não erravam” aquela árdua missão de preparação dos documentos para que o CPD os processassem e transmitisse seus dados via sinal de parabólica para a Matriz em São Paulo.
Ótimo, viu-se então o holocausto. Chegou à era on-line. Onde com a simples autenticação do documento, todos os processos de bastidores eram magicamente realizados, ou seja, bastava o “Enter” do operador de caixa.
Resultado: O negócio acabou. Com ele, então, foram-se, o departamento de contabilidade, o de triagem, e a famigerada soma para a capa de lote, finalmente acabara. Ah, não podemos deixar de citar que “Zeus” e seu Olímpio, e a tão venerada antena parabólica, foram extintos, como os dinossauros, que também tiveram seu negócio acabado.
Sem muito esforço podemos deduzir que, os colegas que anteriormente reclamavam de sua árdua tarefa, ficaram obsoletos e sem emprego, pelo menos, não mais eram necessários para aquelas funções. Sendo assim, aqueles que se anteciparam e conseguiram ocupar de forma imediata e ou, até participaram no processo de transição, mantiveram-se em empregados.
Esta pequena história é para refletirmos sobre o tempo de vida de nossas carreiras. Temos que ter a certeza que: - ESTAMOS COMO..., mas que, NÃO SOMOS...
No passar dos anos vemos a informática dominar nossas vidas pessoais e profissionais, e mesmo assim, ainda vemos pessoas resistentes a aceitarem que alguns processos inevitavelmente serão extintos ou no mínimo substituídos.
Ainda voltando ao meu próprio passado. Aprendíamos linguagens de programação, se quiséssemos ter na tela do computador algo a mais do que um cursor de cor âmbar em um vácuo escuro de tela. Hoje os programas prontos para escritório trazem na sua própria área gráfica recursos de auto-realização que nos permite fazer qualquer operação, bastando um pouco de leitura e tentativa. Com estes recursos alguns(as) mercados, tarefas, etc, acabarão.
Assistimos a relutância do papel contra a tela. Alguns sistemas de ensino e escolas começam adotar mecanismos como tablets que extinguem o uso de material impresso. Jornais e Revistas sobrevivem do “glamour” contraposto as telas dos diversos mecanismos de leitura virtual, além de naturalmente, ofertarem a opção da virtualização aos seus assinantes.
O próprio apelo por um mundo mais limpo e verde faz com que a utilização do papel seja, cada dia mais, algo minorado e sujeito a extinção. Vemos isto, sabemos disto, e mesmo assim, algumas pessoas não se antevêem ao fato. Alguns mercados vão acabar, é a lei natural.
Aprendemos, desde cedo que, “tudo se transforma”, e este processo natural nos exige constante reciclagem e mudança. Quando temos uma borboleta é porque uma lagarta foi extinta, houve uma transformação para que uma desse lugar a outra.
No mundo corporativo este fenômeno não é diferente. Do telex para o computador; dele para o micro; deste para os notebooks/netbooks; destes outros para os tablets/smartfones; do vendedor para o consultor; do chefe para o líder; do empregado para o colaborador; do prospect para o cliente; deste para o consumidor; da produção em massa para a estratégia; da direção para gestão; do micro-mercado para o mundo globalizado; etc.; etc.; etc. “A única coisa constante é a mudança”.
No entanto, vale ressaltar que nada é catastrófico. Temos tempo, muito tempo, para reprogramarmos o nosso negócio. Para ofertarmos aos nossos consumidores outras formas de consumirem nossos produtos/serviços. Parafraseando: “nunca em nossa história” tivemos tanto acesso à informação quanto hoje. E isso nos obriga a estarmos em vários locais (virtualmente) ao mesmo tempo, pois é assim que agem os nossos clientes e agirão com mais intensidade seus sucessores.
As empresas consumem tempo, recursos e materiais na busca de garantirem velocidade, qualidade e empreendedorismo. Mas esquecem que tudo gira em torno de quem fomenta a operação. De quem está à frente dos processos, de quem entrega seu serviço/produto.
Então! Se já sabemos o que o nosso presente/futuro nos reserva, podemos fazê-lo de forma mais suave e planejado. Qual é a formula? Simples: Invista naquele que produz e consume: - O homem!