segunda-feira, 25 de julho de 2011

O SABOR DA VITÓRIA!

 
Glauberto Laderlac
Faz exatos 25 anos que uma das melhores formações de seleção de futebol do mundo, foi desclassificada da Copa do mundo da Espanha em 1982 pela desacreditada seleção italiana.

O “day after”, inclusive, ficou conhecido como o dia que o “Brasil Chorou”. Não pela derrota, mas talvez, pelo fato inacreditável que os melhores do mundo haviam perdido.

Da mesma forma, nem mesmo o mais eufórico torcedor, poderia acreditar ou conceber que o “Dream Team” de basquete dos EUA perderia para a “desabilitada” seleção brasileira na final dos jogos pan-americanos de Indianápolis nos Estados Unidos em 23 de agosto de 1987. O melhor time do mundo em sua própria casa amargava o gosto da prata ouvindo sobre o podium “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas...”

No entanto o que sobrou e o que faltou para os que ganharam e para os que perderem, respectivamente?

Ambos os times ganhadores tiveram em si nomes que se refletiram em lideranças que assumiram a responsabilidade da vitória. Seria muito mais fácil encarar suas deficiências e aceitar que eram times inferiores e que tecnicamente a derrota seria a melhor coisa a acontecer. Afinal, a mesma já era esperada, desta forma os atletas poderiam se colocar numa zona de conforto que não os causariam nenhum desgaste a mais do que o necessário. Mas há pessoas que, comprovam que uma das frases mais certas do mundo foi proferida num provérbio oriental que diz: “sem saber que era impossível, eu o fiz”. Oscar Schmidt, o mão santa, e Paulo Rossi, “o carrasco brasileiro na tragédia do Sarriá”, embalaram as suas equipes liderando-os à vitória.

Ao contrário, aos derrotados sobrou a infâmia de terem jogado de “salto alto”. Todos se defendem, mas sempre se contradizem, pois são enfáticos em afirmar que, não entendem até hoje a derrota, pois eram superiores ao adversário.

Isso me faz inferir que, a derrota não está na vitória do adversário, está dentro de si. A seleção brasileira naquela ocasião perdendo de 2 a 0, buscou o empate e isso lhe daria a continuidade na Copa. No entanto, embora o brilhante e magnífico técnico Tele Santana, insistisse para que o time se mantivesse na ofensiva seus jogadores, asseguravam-se em cima de um empate acreditando que, para o outro time a igualdade no placar havia sido o último golpe, mas ao contrário foi a seleção brasileira quem levou o “tiro de misericórdia” com o Gol do Carrasco, Paulo Rossi, de cabeça aos exatos 29 minutos do segundo tempo. Restou ao Brasil 16 minutos para se desesperar e correr atrás de algo que se julgava impossível.

Na outra história, a Seleção brasileira de basquete, entrou no segundo tempo perdendo por 22 pontos de diferença, quando “mão santa” juntamente com Marcel, se tornavam os cestinhas do jogo e da competição levando o Brasil a uma fantástica vitória de virada de 120 a 115 pontos sobre os EUA. Isso no basquete significa apenas 02 cestas de 03 pontos ou 03 cestas de 02 pontos. Pouquíssimo diante de um jogo inteiro.

Em nossas carreiras, por muitas vezes desistimos ou nos auto derrotamos. Isso ocorre quando deixamos tudo para a última hora e depois nos justificamos com a célebre frase: “não deu tempo”. Todos nós sabemos qual é exatamente o tempo de cada “jogo”. Para quem cumpre metas, pode ser o mês, o trimestre, o semestre, a semana, enfim até o mesmo o ano. Nossa auto confiança nos permite deixar tudo para o “segundo tempo”.

Trabalho numericamente com estimativas e perspectivas, e vi por vezes continuadas minha equipe apontar em sua quinzena que, a meta do mês seria atingida estimativamente, no entanto, por algumas vezes, a equipe se perde, se acomoda, confia na vitória e no final do mês olham para suas metas com a sensação de que “bola na trave não altera o placar” e perdem o jogo para si mesmos.

De outro modo, já presencie várias ocasiões em que a supervisão da equipe, como um bom técnico faz, aproveita o intervalo do jogo para rever sua tática e muda a tempo de superar a estimativa negativa e fechar o mês com a vitória na mão e consequentemente no bolso.

A diferença está apenas em não se conformar com a vitória fácil e também não se entregar quando o jogo está difícil.

Em cada time sempre teremos aqueles que irão baixar a cabeça e esperar a derrota e aqueles que irão lutar até o final do jogo como se fosse o primeiro minuto da partida.

Cabe ao técnico, ver quem deve ser chamado de capitão e conduzir a equipe, coordená-la à vitória e dar ao time os méritos pela mesma. Assim como cabe ao técnico reconhecer que sua tática foi errada e que a derrota também é sua e não só da equipe. Cabe ao técnico decidir e julgar, quem, e mais importante, quando, substituir ou como rege no futebol a Regra 03. Nem sempre é uma decisão fácil, mas sempre deverá ser acertada, pois ao invés de ser uma solução pode se tornar uma catástrofe.

O prazer e a vitória são momentâneos, por isso os buscamos sempre. A luta por eles tem que ser incansável. Já a dor e a derrota sempre nos acompanharão e todos sempre farão questão de lembrar-nos da queda e de dizer:”foi por pouco”, pois sempre será.

Mas o sabor da vitória é interior. Está implícito, faz parte da cada um. Está no entusiasmo, no prazer, no poder da motivação, no orgulho e nas lágrimas de satisfação. Seu sabor é doce, mas fugaz. Todos nós falamos e lembramos muito mais das derrotas do que das vitórias. A dor sempre será mais pungente que o prazer.

Mas o melhor da vida está na dádiva que Deus nos concedeu, o chamado: Livre arbítrio. Então escolha ganhar sempre, seja um vitorioso e prove do doce sabor da vitória e nunca olhe para trás, siga em frente sempre.
 
Autor: Glauberto Laderlac 

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