Ao menos 60% das companhias não têm plano estratégico para gerenciar funcionários e sentem-se incapazes de atrair e reter talentos, aponta o estudo Global Risk Management Survey. Esta preocupação ocupa o sétimo lugar no ranking dos dez maiores riscos enfrentados pelas companhias. A pesquisa, realizada pela Aon Risck Solutions, foi apresentado na última quinta-feira (22/09), onde estiveram reunidos gestores e convidados que debateram sobre o tema.
Problemas culturais, falta de mão de obra qualificada e políticas pensadas em curto prazo foram as principais questões abordadas durante discussão do tema. Com a mudança no perfil dos ambientes de trabalho e a dificuldade de contratação, tem surgido a necessidade de traçar estratégias para assegurar a permanência dessas pessoas na empresa. “Isso é um problema tão sério que muitas pessoas estão chamando de ‘apagão de talentos’. É, por exemplo, o caso da China, que, se continuar neste ritmo, calcula-se que em 2015, terá mais empregos disponíveis do que funcionários”, informou Karla Baratto, diretora de liderança e cultura da Aon.
Ainda segundo Karla, outro problema identificado nesse sentido é quando empresas não percebem quem são esses talentos e não se preocupam em alinhar os desejos dos funcionários com o da empresa, mantendo sempre a visão imediatista. “No caso do Brasil, falta cultura pensada em longo prazo e isso é um dos fatores preocupantes que faz com que o País tenha dificuldade de manter seus talentos”, concluiu.
É preciso entender a importância e os benefícios de ter pessoas altamente capacitadas na companhia, pois, estes funcionários detêm conhecimento dos processos e da empresa como um todo e perdê-los significa perder informações importantes, muitas vezes sigilosas, para a concorrência. “Para solucionar esta questão fizemos um acordo de cavalheiros”, comentou Guilherme Brochmann, gerente de riscos e seguros do grupo DHL no Brasil.
Já Carlos Branco, gerente de riscos e seguros para América do sul da Andritz Hydro, acredita que, para manter boas pessoas, é preciso incentivar e envolver esses funcionários com os projetos e ideais da empresa. “Pensando nisso, a nossa companhia não usa a palavra reter e sim engajar e procuramos ter certeza de que o funcionário está alinhado com as expectativas da companhia”, esclareceu.
Mas antes de pensar em atrair e reter é preciso investir na profissionalização dessas pessoas para cultivar cada vez mais talentos. “É preciso investir na formação dos funcionários, assim garantimos pessoas qualificadas e comprometidas com a organização”, concluiu Karla.
Nenhum comentário:
Postar um comentário