Glauberto Laderlac
,Nada se compara a uma rede numa praia, um confortável chinelo, boa companhia e um violão... Aí o novo Graham Bell interrompe o refrão. Nada! É apenas seu chefe de setor perguntando se ficará até o domingo e se ele também está convidado para degustar uns camarões empanados. Maravilhoso!Descobri esta idéia com um grande gerente que tive, quando ainda era bancário. Ele sempre dizia: "...Posso ir à praia", e realmente podia, sua equipe não sentia a sua falta. Todos conheciam suas funções, sabiam de suas alçadas e respeitavam o sistema hierárquico proposto. A nova visão de administração dá aos lideres o "poder da telepatia", seus colaboradores antevêem suas intenções, desejos e objetivos. O que lhe dá o direito de passar "uma tarde em itapuã".
Nesse sistema o que menos funciona é a imposição. As percepções do grupo são espontâneas, o aprendizado é rápido, divertido e gratificante. As pessoas agem por atitudes, são frutos do exemplo, pois está em "itapuã", não dá ao "big boss" o direito de estar lá sempre, mas quando convier.
Para este tipo de pessoas um chefe não funciona, mas um líder, um divisor de responsabilidades.
Cabe, no entanto, a essa pessoa de sapiência privilegiada, contaminar seu quadro funcional com essa filosofia, fazê-los acreditar que todos são capazes de executar tarefas que, para muitos, só o gerente, o chefe, o supervisor, ou o diretor pode fazê-las. Isso não existe; treine, ensine, estimule, vá à praia e confie. Sua equipe pode e deve ter responsabilidade.E o que acontece com as equipes que só escutam a "zoada da batuta"? Lembram desta brincadeira? Eu adorava. Alguns chamam de siga o mestre nós chamávamos de "reman remam", enfim, no final era glorioso gritar: "eu nem escuto a zoada da batuta", era a glória, éramos do contra, e ou o "mestre" nos apanhava no "pic" ou o chateávamos até as nossas mães, com suas "batutas", nos encaminharem ao banho para Morfeu.
Já trabalhou num lugar assim? Ou o "chefe" manda ou ninguém faz. Crueldade é comparar esta situação com as ordens da batuta de um maestro. Mas, tal coisa acontece. Os músicos quando erram, são, e às vezes severamente, repreendidos a partir das batidas da batuta no pedestal do maestro.Repreensões são inevitáveis e haverá sempre infinita maneiras de fazê-las. A batuta tem outras funções, e a melhor delas é a de dá à orquestra os compassos sincronizados, é ver a sua dança nas mãos do maestro que a utiliza com respeito e autoridade. Mas assim, estamos dando a um simples objeto as glórias do Maestro. Talvez seja isso. Como se sabe quem é o maestro quando todos estão reunidos com seus instrumentos?
-É aquele que está com a batuta. É ele que vai conduzir a orquestra e é através dela, a batuta, que os músicos darão mais ou menos tons, acordes, solos, etc. Vamos voltar! Mas é o maestro que a conduz, então do que estamos falando?
Você é líder? O que tens nas mãos? Uma orquestra? São bons, hábeis, sabem o que precisam fazer, ninguém faz melhor do que eles, mas a etiqueta, a regra, o show exige a sua presença, então esteja lá e aponte para eles quando aplaudirem. Agora, se você consegue ir à praia, tocar um violão e tomar aquela caipirinha, de vez em quando pergunte se alguém quer lhe acompanhar. Já que, para essa equipe os aplausos são mais contidos, pois só você pode aplaudi-los.
Ah! Não tente escolher, ambas merecem respeito, não existe fórmula mágica, adapte-se.
Glauberto Laderlac