segunda-feira, 25 de abril de 2011

NOVIDADES DO MERCADO

Economia aquecida: aumento da produção e escassez de mão de obra


Um dos grandes problemas enfrentados pelas empresas e indústrias brasileiras nesses últimos anos é a falta de mão de obra qualificada. Sobram vagas, há desemprego, mas a falta de formação na área impede muitas vezes a contratação de pessoas em diversas áreas. Essas questões foram discutidas durante a palestra-mesa redonda, com o tema “Apagão da mão de obra”, promovido pelo curso de Administração da Unoesc Chapecó, na última terça-feira (24). O debate foi conduzido pelo gerente de Recursos Humanos da Aurora Alimentos, Nelson Rossi, e pelo diretor de Agropecuária da cooperativa e presidente da Ocesc, Marcos Zordan, e mediado pelo coordenador de Administração da Unoesc Chapecó, professor Jeancarlo Zuanazzi.
Rossi iniciou as discussões apresentando dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria, indicando os setores que mais encontram dificuldades na contratação de mão de obra: produção - operadores (94%); produção – técnicos (82%); vendas e marketing (71%) e administrativo (66%). Outro dado que chama atenção foi divulgado pelo MEC: em 1998, o número de matriculados nos cursos de engenharia era de 7.1%. Dez anos depois, a porcentagem é de apenas 1.3. Na área da computação, em 2008, estava em 1.3%, sendo que dez anos antes chegava a 3.9. “Sobram vagas de emprego nessas áreas”, disse.
O palestrante destacou dois motivos principais para o apagão da mão de obra: o aquecimento da economia, devido ao aumento do consumo e, como consequência, da produção, exigindo um número maior de contratação para atender essa demanda; e a redução do número de formandos. “Nas engenharias, há demanda para 50 mil novos profissionais por ano, enquanto pouco mais de 20 mil são formados”.
Outro fator responsável pela falta de profissionais qualificados para as áreas de produção podem ser a mudança de pessoas das classes D e E para a classe C. Em 2003, 55% da população fazia parte das classes D e E, mas, em 2014, será 28%. “Como os trabalhadores das classes D e E são os que ocupam as vagas na produção, será cada vez maior a escassez da mão de obra nesses setores. É um processo em que os países desenvolvidos já passaram há muitos anos”, explicou Rossi.
De que forma as empresas tem lidado com essa situação? De acordo com Rossi, elas procuram fortalecer as políticas de retenção do trabalhador (remuneração/benefícios); melhoram os processos de adaptação e captação de profissionais e até mesmo automatizam os processos que demandam um maior número de pessoas. “Realizar capacitações na própria empresa e firmar parcerias com instituições de ensino superior também são saídas para muitas empresas”, acrescentou.
O diretor de Agropecuária da Aurora, Marcos Zordan, enfatizou o desafio dos profissionais em aliar conhecimentos teóricos a experiências. “Para ter reconhecimento, é preciso suar antes e ter consciência de que nada cai do céu. Os profissionais devem se dedicar à empresa, pois eles não são mais contratados pelo diploma e sim pela competência”, ressalta. Nesse caso, “o estágio pode ser a porta de entrada para muitos mostrarem o seu valor”, complementou.
Zordan conta que todos os gerentes da cooperativa são pessoas que se destacaram e cresceram na empresa. “As pessoas devem brigar pelas oportunidades e se doar para alcançar o sucesso profissional”.
O coordenador de Administração da Unoesc Chapecó, Jeancarlo Zuanazzi, salientou que uma das preocupações da Unoesc é formar profissionais preparados para enfrentar o mercado. Para isso, desenvolve parcerias com empresas para compreender o perfil da demanda da mão de obra na região e trabalha com programas de capacitações para o mercado de trabalho. “Procuramos oferecer ensino e oportunidades de capacitação aos nossos alunos. Mas o estudante deve ter planejamento pessoal para saber onde quer chegar”.
“O encontro foi fundamental para os nossos alunos reconhecerem a importância da formação para melhorar o desempenho pessoal, profissional e organizacional”, finalizou o coordenador do curso de Administração da Unoesc Chapecó, professor Gilberto Pinzetta.
MARCOS A. BEDIN
Fonte: http://www.unoesc.edu.br/noticias/economia-aquecida-aumento-da-producao-e-escassez-de-mao-de-obra



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Estudo traça comportamento de jovens no mercado de trabalho

Segundo dados do Ibmec, os jovens da Geração Y são inquietos, querem crescer rápido na carreira, usam mídias sociais com facilidade e estão sempre conectados


Os jovens nascidos nos anos 80 e 90, contemporâneos da revolução digital e conhecidos como Geração Y, são inquietos e querem crescer rápido na carreira. São especialistas em lidar com tecnologia, usam mídias sociais com facilidade, sabem trabalhar em rede e estão sempre conectados. Mas se preocupam com o mercado de trabalho altamente competitivo e buscam cada vez mais a formação superior e o ingresso na carreira pública como passaporte para a estabilidade profissional.

Os dados fazem parte de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), iniciada em 2007, que mapeou em profundidade um grupo de estudantes de administração de várias instituições de ensino superior e mostrou que, apesar das semelhanças, esses jovens não têm um perfil homogêneo.

A Geração Y sucede a chamada Geração X, das pessoas que hoje estão na casa dos 40 anos de idade, e que sucederam a geração dos Baby Boomers, nascidos depois da Segunda Guerra, hoje com 60 anos ou mais.

“Esses jovens, por serem altamente tecnológicos, têm uma relação com a comunicação diferente da geração anterior. Um jovem hoje consegue ver televisão, trabalhar no computador, conversar no MSN [programa de bate-papo pela internet] e ainda ouvir uma musiquinha. Essa característica, as gerações anteriores não têm”, comparou a economista Lúcia Oliveira, professora da graduação em Administração do Ibmec.

A pesquisa coordenada por ela constatou que os jovens da Geração Y podem ser divididos em quatro perfis distintos, conforme a visão sobre a vida e o trabalho: engajados, preocupados, céticos e desapegados. “Todos esses jovens veem o mercado de trabalho brasileiro como altamente competitivo. Para eles, encontrar emprego não é fácil, nem simples”, ressaltou a economista, que ouviu 31 estudantes em pesquisa qualitativa, com entrevistas individuais de até uma hora e meia.

Os engajados aceitam as condições do mercado de trabalho sem questionamentos e centralizam a vida na carreira profissional. Os preocupados também dão excessiva importância à carreira, mas têm ambições mais modestas. Os céticos são críticos do mercado privado, por considerarem que há uma competição exagerada e nociva, e preferem as carreiras públicas ou acadêmicas. Os desapegados dão menos importância ao trabalho do que às atividades ligadas à família e ao lazer, e visam as empresas públicas.

O contato com o grupo também levou a professora a constatar outras características típicas dos jovens nascidos nos anos 80 e 90, como a informalidade nas relações pessoais – menos hierarquizadas - e a facilidade de trabalhar em grupo, formando redes, em tarefas colaborativas, que não precisam nem ser feitas no mesmo espaço, mas pela internet.

“Eles estão acostumados a trabalharem em conjunto. Quando se tornarem líderes, vão priorizar a flexibilidade de horários e as novas formas de trabalhar. Um exemplo de empresa jovem é a Google, onde as pessoas não têm que bater ponto e está sendo muito bem sucedida, com um modelo de gestão diferente. Os mais velhos vieram de uma época em que as relações se davam no nível pessoal e não no virtual. A geração Y está habituada a se comunicar, a se integrar e a colaborar virtualmente”.

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Empresas "pontocom" trazem novidades ao mercado de trabalho:

por Edmundo Rodrigues

As empresas "pontocom" fazem surgir diversas profissões novas e eleva o status de algumas mais tradicionais, principalmente nas áreas de comunicação, administração e finanças

O crescimento desenfreado dos negócios na Internet e os notáveis avanços tecnológicos do mundo "pontocom" afetaram profundamente o mercado de trabalho. Este fenômeno gerou o nascimento de novas profissões e criou boas expectativas de carreiras, não apenas para o setor de tecnologia, mas aos estudantes e universitários que estao ingressando agora no mercado.
As fusões bilionárias entre empresas de Internet e multinacionais tradicionais potencializaram a Web, que passou a ser encarada como um importantíssimo meio de comunicação de massa, derrubando fronteiras, encurtando distância e disponibilizando serviços, criando, dessa maneira, inúmeras oportunidades em diversos setores, desde comunicação e administração até os setores jurídico e financeiro.
As boas idéias do pessoal pontocom que atiçaram a cobiça dos investidores e faturaram milhões de dólares colocando esses projetos na Internet estão sendo transformadas agora em empresas que necessitam de espaço físico e principalmente de pessoal qualificado para gerenciar suas operações e administrar o conteúdo de suas páginas. "Com isso, não só funções novas como web designer ou web master terão garantias de sucesso, mas profissões tradicionais do ramo da comunicação como jornalistas, publicitários e relações-públicas também tiveram seus passes valorizados depois da Web", diz Moacyr Martucci, chefe do Departamento de Engenharia da Computação e Tecnologia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo ele, cargos como diretor de marketing e diretor de criação valem ouro para estas empresas. "Outro setor que cresceu muito foi o de telemarketing, que teve uma ascensão surpreendente e está empregando milhares de pessoas nos quatro cantos do planeta", diz.
Também o setor administrativo deu um importante salto e abriu inúmeras vagas nas empresas da Internet. Segundo Odair Martinez, auditor supervisor do Grupo Liberato, o crescimento de empresas na Internet não dará apenas empregos para profissionais de tecnologia e informação. "É uma questão óbvia. Com a entrada do capital estrangeiro no país e o surgimento de centenas de empresas na Internet, a procura por profissionais como chefe de departamento pessoal, advogados, contabilistas, entre outros, fez crescer esses novos campos de trabalho", afirma.
Mas enquanto a tecnologia da informação está dando oportunidades de empregos para muita gente, profissões como tipógrafo, escriturário, layoutista e até mesmo secretária estão tendo seus dias contados. Para Carlos Fernando, diretor do Núcleo de Tecnologia de Computação da Universidade Cruzeiro do Sul, profissionais como o desenhista industrial, que era valorizado por possuir talento nato, deram suas vagas para os softwares, que facilitam a editoração gráfica e fazem o mesmo serviço com muito mais precisão e rapidez do que o profissional que gastava horas e horas desenhando a mão seus projetos em folhas de papel vegetal.

"Hoje em dia, qualquer um pode desenhar plantas de toda a anatomia de um carro utilizando estes programas mágicos", diz Fernando, que completa: "Já  as secretárias estão transferindo suas funções para os correios eletrônicos."
Segundo o diretor da Cruzeiro do Sul, os executivos e os empresários estão ganhando muito em agilidade e resposta aos problemas do dia-a-dia com a utilização do e-mail, o que elimina dezenas de tarefas que antes eram atribuídas às secretárias. "Mas não acho que os avanços tecnológicos são uma ameaça ao emprego. É preciso entrar na Internet e se adaptar às inovações do mundo, que exige das pessoas mais criatividade do que conhecimentos teóricos", explica.

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