sexta-feira, 26 de junho de 2015

CONTINUIDADE OU REPETIÇÃO? QUAL O SEU NEGÓCIO?


Ambas oriundas do Latim estas palavras, para algumas pessoas, parece possuir o mesmo significado. No entanto, trazem informações bem diferentes e quero explicar através delas o que acontece no mercado que, para alguns está gerando muito sucesso nas vendas e para outros uma grande massa de trabalho e custos. 

Continuidade: do Lat. Continuitate; s.f.,qualidade do que é contínuo; ligação não interrompida das partes de um todo; seqüência. (Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx). 

Repetição: do Lat. Repetitione; s.f., acto ou efeito de repetir; reprodução da matéria já dada; renovação; sabatina. (Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx). 

Notemos que no significado da palavra Continuidade traz como primeiro conceito a “qualidade”. Vemos no mercado algumas empresas empreenderem esforços para manterem seus clientes, dando-os muita atenção e cuidando de seu relacionamento. Geralmente são empresas que optam, dentro de seu planejamento estratégico, por conduzirem suas ações no prisma da intimidade com o cliente. São empresas que possuem canais de comunicações expressos com seus consumidores, os têm como o maior bem em seus ativos. O processo de compra e venda chega a ter, em algumas situações, uma personalização, não do produto, pois isso nos remeteria a uma outra estratégia, mas do modelo de atendimento, da forma como o cliente é tratado, como se fosse o único. 

A Repetição pode se tornar onerosa, mecânica, e impessoal. Algumas empresas adotam, em seu planejamento, a estratégia da excelência operacional, que visa reduzir custos, transformando esta redução em melhores possibilidades de lucro. No entanto, ainda vemos muitas empresas inábeis nesta técnica. Na tentativa, algumas vezes desesperada, de reduzir os custos de sua operação, as organizações qualificam todos os setores da mesma forma e aí gera sacrifícios onde deveria ter ampliações. Este modelo, quando mal projetado, gera uma mecanicidade nos processos que passam a produzir meras cópias sem nenhum grau de criatividade e renovação, itens que o mercado exige de qualquer negócio, independente do ramo de atuação. 

Assistimos no varejo uma extraordinária e imensa cadeia de Repetição. Tal fenômeno se dá desde a prospecção comercial em mídias até o funcionamento do ponto de venda. O cliente é obrigado a participar deste processo repetitivo de abordagem e atendimento que às vezes até chega a confundir em que loja de fato ele achou o produto mais barato. Pois graças a Repetição é isso que a maioria das pessoas busca no mercado, o preço mais barato. 

Acredito que a Repetição é um método muito arriscado de se praticar. A falta de relacionamento, a impessoalidade e o tratamento igual a todos, obriga estas empresas a estarem condenadas a repetir promoções, liquidações, ofertas imperdíveis, queima de estoque, semana disso e daquilo, todos os meses até o fim de suas vidas. Isto porque o cliente não se atraí por mais nada a não ser por isso. Sendo assim, estabelece-se a cultura e, existe quem chame de estratégia do menor preço. 

O processo de Continuidade é mais especifico neste aspecto. Os clientes muitas vezes, não vão comprar, vão tomar aquele café que somente sua loja oferece, vão conversar com seu consultor (de vendas), vão saber das novidades, entre uma dessas coisas ou outras, acabam levando algo ou se orgulham de levar um amigo para verificar o porque gosta tanto daquele ambiente. 

A Continuidade se aplica de forma irremediável às empresas que prestam serviço. Neste ramo de negócio, será sofrível tentar vender num processo de Repetição. Pois o serviço, por si só, automaticamente remete à Continuidade. Imagine uma faculdade, uma escola, uma academia, onde você é super bem recebido apenas no primeiro contato, no ato da matrícula, e depois disso você se torna mais um. Você comprou um contrato de tempo e esse tempo, conforme a relatividade, vai demorar, vai custar, vai doer muito a passar. A Continuidade em seu significado diz que é a ligação não interrompida das partes de um todo. A organização é uma dessas partes e o cliente a outra. Para trabalhar com serviços, é preciso mirar no relacionamento. 

Para empresas de Repetição, isso se torna, num conceito bem distorcido, impraticável, pois o que importa é gritar e bem alto: - O próximo, por favor! E se repete isso dias, meses, anos inteiros, assim como se repete o turn-over destas empresas, as reclamações nos órgão de defesa do consumidor, as reclamações trabalhistas e a corrida desesperada para pagar um amontoado de contas de mídias que por mais que lotem os PDVs (um dia ou outro) faz com que esta roda viva nunca pare. 

O engraçado de tudo isso é que, alguns “especialistas” na área, chegam a dizer que a Repetição está voltada às classes C, D e E assim como a Continuidade está para as classes A e B. No entanto, o que estes “especialistas” não enxergam é que tratamento pessoal é relacionamento e isso independe de classe. Somos um país em plena expansão e precisamos adotar modelos que garantam a lembrança de nossas marcas quando as pessoas tiverem ascensão social. Vemos noticias todos os dias de que está havendo uma diminuição do empobrecimento e que há um aumento da classe média, de que o poder de compra do brasileiro nunca foi tão expressivo quanto agora, então isso me faz dizer que estes “especialistas” estão subestimando essa virada econômica e cultural. É preciso quebrar o paradigma de que, atendimento de alto nível é sinônimo de preço alto ou de personalização de produto (precisamos personalizar o atendimento, o produto pode ser de escala). 

A Repetição está para o mercado como o desmatamento na Amazônia, fadada a esgotar a fonte. Assim como a Continuidade, no mercado, está como a religião, é um dogma, quem acredita não precisa ver para crer, quem se relaciona não precisa explicar preço. 

Não posso, ser radical e afirmar que o método da Repetição seja totalmente falível, mas que ela se remeta apenas à forma de comunicar, de atrair, de gerar fluxo, que dentro de casa saibamos aproveitar isso e gerar relacionamentos que nos tragam de volta estes clientes, que eles continuem comprando e melhor ainda, nos indicando, a novos compradores. 

Podemos transformar a Repetição em Continuidade. Isso ocorrerá quando corrigirmos e inovarmos as ações anteriores. Há uma máxima de mercado que, todos conhecemos, um cliente novo é sempre mais caro que um atual. Está é a diferença básica, trivial, entre Continuidade e Repetição. 

Gere relacionamentos mantenha continuamente o foco no cliente, e lembre-se: - Vencerão as empresas que investirem naquele que produz e consume: O Homem!

Autor: Glauberto Laderlac
Publicado em : FAST JOB

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CUIDADO,VOCÊ PODE SER O ALVO!


Sempre há alguém querendo sua cadeira. 

Já treinei muitas pessoas. Algumas delas, inclusive, selecionei e contratei. Como líderes estamos propensos a sermos copiados, invejados, idolatrados, alguns são temidos, e o interessantes é que sejamos respeitados. Que nossa trajetória seja aquela história que percorre as conversas de fim de campanha e melhor ainda, é se isso for regado, de elogios e admirações.

Em várias situações me deparei com ouvintes, alunos ou treinandos, com perguntas desafiadoras, teste de conhecimento, medições de proficiência, e até com comportamento de desdém sobre o que eu falava. Como palestrante, professor e facilitador (as diferenças ficam para outro momento), minha postura é adequar meu modelo mental para o cumprimento do objetivo do assunto, respeitar o conteúdo e manter a disciplina. Não ter como ofensa pessoal e entender que não é para a minha pessoa, aquele ataque, mas para a minha representabilidade naquele momento, pois estou sendo tudo o que o “agressor” gostaria de ser, apenas isso.


Tudo isso é muito normal, pois somos humanos, e sentirmos, ciúmes de quem tem algo um pouco a mais do que nós, ou está onde queríamos estar, desde que, se mesmo com esse sentimento, haja respeito, cordialidade, ética e educação, mas quando transformamos esse ciúme em ações que denigrem, agridem ou mentem a respeito do outro, é bom termos cuidado, pois podemos está sofrendo do mal do “porque não eu”?

Todos nós conhecemos alguém assim. Ou estão se lamentando, ou estão falando mal de alguém. E quando chegam ao final do dia os cônjuges além de enxugarem as lágrimas são obrigados a buscar respostas para perguntas sem resposta: - “Mas, porque não eu”? - “O que ele(a) tem que não tenho”? - “Quem ele(a) penda que é”?

Para algumas pessoas isto se torna mais grave quando as demais ao seu redor, notam e afirmam que a competição está se tornando algo pessoal. O primeiro passo é negar, o segundo é tentar corrigir ou criticar qualquer atitude do outro, depois disso começa-se a copiar. O competidor faz coisas que geram comparativos ou igualdade de posição. Por exemplo: com certeza, alguns de vocês, após publicarem seus artigos, tiveram a surpresa de ver artigos, do seu colega competidor, uma coisa que, o mesmo, até então, nunca tinha feito ou demonstrava vontade de fazer. Há para as pessoas que estão sofrendo do mal do “porque não eu”? a necessidade de mostrar para os demais que, ele é tão capaz quanto o outro. E podem até ser, mas ainda não aprenderam a mostrar seu valor com idéias próprias ou originais.

São pessoas que perdem muito tempo olhando pela janela para dá conta da cor feia da porta alheia, enquanto a sua permanece desbotada ou sem nenhuma cor. Não são pessoas más, apenas ainda não descobriram qual é o seu talento nato. Acreditam que podem fazer tudo o que outro faz e ainda melhorarem, mas quando a elas pedimos que tragam algo próprio ou original, sempre terão que recorrer ao ego e se sentirem enciumadas, pois só o fato de serem cobradas por algo original já os remete ao comparativo com o outro que freqüentemente já tem isso como tarefa cotidiana.

Todos nós somos capazes de termos grandes idéias. Precisamos, para isso, apenas nos concentrar em nós mesmos. Entender o que nos motiva e nos faz feliz. E deixar de querer viver a felicidade do outro.

O mundo globalizado e competitivo nos obriga a estarmos numa roda viva de conflitos pessoais e profissionais constantemente. É necessário termos serenidade e muito discernimento para não nos influenciarmos por pessoas que sofrem do mal do “porque não eu”?

Em 19 anos de mercado já vi várias vezes tombos horríveis de pessoas que tiveram seus tapetes, cadeiras, e alicerces puxados. E ao mesmo tempo, vi voar, sentar, e se assegurar do que era do outro, pessoas medíocres que não conseguiram se estabelecer no lugar que tomaram por assalto. Situações estas que podem gerar graves prejuízos organizacionais, desde a queda de imagem até mesmo de lucros.

São pessoas que fazem da inveja seu objetivo e que se limitam a copiar ou a viver a sombra dos demais, tirando proveito de suas atitudes e palavras, jogando-as umas contra as outras e cavando uma cova em que geralmente, elas mesmas costumam cair. São pessoas que parecem está ganhando sempre. Mas são solitárias, egoístas e pobres de espírito. São pessoas carentes. Crianças que ainda não largaram a mamadeira e não possuem força suficiente para criarem seu próprio ambiente, sua própria estrada, então precisam do feito alheio para sobreviverem, a ciência chama isso de parasitismo.

Eu chamo isso de responsabilidade. È dever do líder notar quem são essas pessoas, e porque as são. Cabe ao pastor conduzir seu rebanho e vigiar se entre eles há lobos em pele de cordeiro. Escutar com cuidado cada ruído e decifrar cada entrelinha da história de cada uma dessas peças deste jogo de xadrez chamado mercado.

É missão do líder ajudá-las. Não podemos negar a essas pessoas o melhor que possuímos, o conhecimento. Quanto mais disseminarmos nosso conhecimento, mais estaremos ajudando- as a pensarem, a exercitarem idéias, pois delas surgirão algo próprio e original que dará a essas pessoas uma auto-estima segura e enraizada nos seus próprios conceitos, e as afastarão da necessidade de viverem à sombra de outrem.

São pessoas de suma importância, pois geralmente, são estrategistas natos. Possuem uma capacidade de realização incrível, podem influenciar o meio e os demais, conseguem ser articulados, com boa fala e fluência, políticos naturais, são obstinados, mas não são seguros, não possuem em si mesmos, fortaleza necessária para criar seus próprios projetos e por isso tendem a se apropriar do que é alheio. Todos estes atributos devem ser canalizados para que a sinergia seja em prol do coletivo. Cabe ao Líder ser o objeto de canalização desses aspectos, direcionando-os aos macros objetivos da organização e do meio que os cercam.

Não é uma tarefa muito fácil, pois exige do gestor muita experiência e certo poder de “exorcismo”, porque será o lugar do gestor que esta pessoa sempre buscará. É cabível ao líder mostrar que sua cadeira estará sempre à disposição de alguém melhor, de alguém que possa apresentar idéias e projetos superiores aos até então praticados. Se o gestor for alguém com muita bagagem transformará o competidor em um aliado e fará dele seu fiel escudeiro e dará a ele plenas condições de substituí-lo, pois como bom gestor, também é merecedor de uma promoção e sempre existirá uma cadeira acima, qual se almeja.

No entanto, quando o líder, perde seu poder de vigilância e ou confia demasiadamente e erroneamente, isso lhe custa a cadeira e o emprego. É preciso ser comedido, medir o peso das informações que repassa e analisar as circunstâncias que o cerca. Dar ao escudeiro, ao confidente, informações demasiadas pode custar muito caro. Além, de muitos outros, é papel do líder saber a quem, onde e o que fala, pois muito do dizemos, geralmente, é usado contra nós mesmo.

Cabe ao líder a responsabilidade da permanência ou da ascendência de seu competidor, mas jamais caberá ao competidor a responsabilidade da derrota alheia, e sim o mérito de sua vitória.

O mais mágico de tudo isso é que somente pessoas geram este tipo de dilema, são variáveis que somente a mais perfeita criação de Deus é capaz de criar. Por isso, não podemos esquecer que tudo gira em torno de quem produz e consume: O homem!

Autor: Glauberto Laderlac

Publicado em : FAST JOB

DÚVIDAS SOBRE SER LOUCO


Acendeste em mim: o quem sabe
Não o que se pode ser
Nem imagino o que quero querer
Mas tuas palavras inflamaram meu coração


Abriste em mim um sonho
Quem sabe uma ilusão
Algo incômodo, uma tentação
Deixaste em minha mente um gosto

É doce e faz me faz salivar
É inconstante e me faz delirar
Como agora esvazio este devaneio?

Voarei longe agarrado a esta quimera
Ficarei cego pensando na espera
Calarei meus ouvidos para abandar meu anseio

Contudo, conto, espero e preciso...
Do teu segredo
Do teu silêncio
Do teu alento

Pois a minha loucura
É não saber se é a mesma da tua

Autor: Glauberto Laderlac

ALÉM MAR



Nada na vida me pertence tão pouco quanto teu olhar
De nada vale viver sem tê-lo
De nada quero saber sem vê-lo
Espelho, certeiro desejo em meu coração

De plumas ao vento, leve são asas do amor
Pobres são as dores dos que amam
Pobres são as cores do meu coração

ah, quanta alegria existe, além do mar
Quanta tristeza é vê-la nas ondas a me deixar
Noutro porto noturno de amor

Amor de primavera, com flores e cheiros,
Que acaba no outono quando as folhas caem
Amor de sábados sem amanhecer de domingos
Sem esperanças de segundas ou outras intenções

Nada vale a vida do homem que morre sem amar
Nada vale a vida do homem que vive amando
Pois este o matará
Ou de banzo ou de cólera ou de lágrimas a derramar pela alegria

Além mar que jamais será sua, senão do vento, da praia, da cor do pecado,
Que apenas há de tocar, mas nunca possuir

Autor: Gluaberto Laderlac

AMOR DE BOÊMIO



Morro a cada hora que amanheço, choro a cada hora que poço, perco a cada minuto um pouco de quase nada, um troco de mendigo, um sopro numa gota d'água.

Calado, sinto minha alma pedir colo...
Num copo o meu rosto, num cinzeiro meus dedos, num corpo qualquer o teu cheiro.

Serás para ele tudo o que fostes comigo? Já não quero saber. Bebo tuas mágoas num licor envenenado pelas minhas

Onde estará minha vida, porque crescestes tanto? Não cabes mais em mim.
Será que saberia cantar meu nome sem antes chamar pelo teu?
Talvez seja seu este lugar, que espera tua volta, que se alegra com tua glória, que sonha com teu olhar.

Sou agora tudo o que sempre quisestes: menino, calmo e frio(morto). Me desespero: a noite teu nome grito;  não me ouves: prefiro. E quando voltares tua janta estará feita e tua cama arrumada, espero ver-te com sorriso de boca borrada, chamar-me de teu homem, apesar de nada.

Autor: Glauberto Laderlac 

SE QUISERES



Quando não mais me arrastares, irei mesmo sozinho
Porque é na dor que aprendemos o caminho
E se pensares em me largar, desprezar e não mais me querer
Será então que farei tudo o que nunca eu quis aprender

E a tua lua ficará sempre cheia
Pois assim a confundirei com o sol que minha vista encadeia
E se tua estrela cair, mesmo assim te acharei
Pois, não perco o meu faro e pelo teu cheiro me guiarei

Vai. Pode ir. Não será a primeira vez, acostumei
Se hesitar e voltar, mágoa não terei, na tua volta sempre apostei
Mas, se perderes o caminho de volta, olha pro chão, pra ti um mapa desenhei
Ah! Como quero que voltes, ah como desejei

E se voltares, quero que sente, novamente, ali na mesa, na minha frente
Pra eu te dizer que sem ti não viverei, morrerei, eu sei
Mas como morto nada sente
Faz-me, agora, um favor, saí da minha frente

Junte meus pedaços, os leve de lembrança
Seja justa, nenhuma lágrima ouse derramar
Não se preocupe com justiça, entre nós nunca houve esta balança
Vai, antes que eu me arrependa e implorando- te pessa pra ficar

Autor: Glauberto Laderlac

PORTA ABERTA



Tua mudez é para fugir de mim ou sou eu que fujo de te?
Que medo é esse que tua presença me causa?
Para onde levastes minha coragem que não encontro nesta sala?
Nada me explique, nada me diga, continue assim, calada.

Não me importa o perigo corro
Não fará diferença qualquer prejuízo, já estou quebrado
Apenas não finjas que não existo
Diga-me ao menos pra que lado devo ir

Pode soltar minha mão. Apreendi a cair. Não me arranho mais
Sei que não entendes, nem se esforce, gastará suas energias
Nada explica ou traduz, nada é claro ou faz sentido, tudo é fugaz
Dê-me um sorriso, olhe por baixo para mim, assim já serve, já me faz feliz


Agora, por favor, abra-me a porta, deixe-me sair
Por favor, abra a porta, minhas mãos estão ocupadas
Cobrem meus olhos, minha vergonha não os deixa abrir
Não diga nada, continue calada, não se atreva a me ouvir

Feche a porta não me deixe voltar
Ajude-me, tranque-a, não se iluda, vou tentar
Gritarei e pedirei, mas tenha certeza, minhas forças vão acabar
Portanto, garanta-me que, não mais vai me deixar entrar

Autor: Glauberto Laderlac

O CIRCO


Que tenda linda, quantas cores
Vejam... as crianças e seus amores
Olhem... os cachorros, eles dançam
Sintam... todos cantam

O cheiro é de luz
O palco o picadeiro
A corda-bamba reluz
O perigo do desejo

Ela voa, salta, encanta
Ele atira, gira, canta
Eles são alegres
Elas e suas poucas vestes

Então todos param
Então todos suspiram
Então todos torcem
Então todos gritam

Mais uma noite
Há arrumação
Mais um dia
Há tradição

Caminha o circo
Fazem os vagões
Caminha o corço
Levam ilusões

E o palhaço agora escreve
Sem encantar multidões
E o palhaço agora esquece
Que não vive sem grilhões

Segue a vida alegre
Eu aqui...
Sem circo, sem pão
Num papel bobo
Amargando a solidão

Autor: Glauberto Laderlac

SER OU TER


Certas coisas me abalam, me fazem tremer.
Situações que não me dizem respeito, que jamais vou resolver.
Atos que me atrapalham que, me levam a perder o controle do senso, ridículo me fazem ser.
Não são de minha conta, não posso me intrometer.

Incomoda-me o espaço deixado pelo o que eu gosto de preencher.
Lembro-me do que faço e ninguém há de reconhecer.
Fico pensando que o que faço é pouco, por isso demoram a perceber.
Mas, quando comparo, vejo que tudo é inverso, não sei mais o que fazer.

Faltam-me as palavras ou a coragem de dizer.
Que estou aqui pronto pra te atender.
Dar-te tudo o que não tens e ensinar tudo o que, comigo, podes aprender.
Ser um guia e com toda a paciência te entender.

Escolher o que for melhor: o ser ou ter.
De pouco me importar se irão me repreender.
Nada mais me doe do que te ver:
Sentada nesta estrada que nada há de te render!

Que pecado é este que tenho que responder?
Prefiro o castigo, mesmo que doloroso, logo, receber.
Mas sei que dirás não, pois tens muito a perder.
Mas espero, um dia, algo de diferente acontecer.
  
Aguardo que os teus olhos, um dia possam ver.
O que este meu triste olhar teima em esconder.
Pois, é minha intenção, sem nenhuma restrição, te ter.
Levar-te a um lugar onde possamos saborear a aventura de viver, morrer e renascer.

Ver-te me faz ser,
Menino a crescer sem nada da vida entender.
Quero apenas, em teus braços, todos os dias, amanhecer.
Mas sei que, me dirás não. Pois, jamais irei, tudo isso, te dizer.

Autor: Glauberto Laderlac

CALADO



Meus cabelos brancos caem sobre minhas mãos calejadas
Meus olhos fundos já não me dão trazem tanta luz
Minhas pernas tremem e meu corpo já não seduz
São poucas minhas histórias, por isso, tantas horas caladas

E onde estão todos aqueles que viviam do meu bolso?
Para voaram os pássaros que comiam na minha mão?
Será que tudo que ensinei foi em vão?
Porque agora ninguém me tira do poço?

Então venha, chegue logo
Não suporto mais tanta solidão
É tão triste e frio ficar sozinho neste porão
Parece que as minhas rezas é a ninguém que rogo

Entendo sua pressa, teu sangue é mais quente que o meu
Respeito tua crença, tua esperança é maior que a minha
Já vi tua vida, já tive dias iguais ao seu
Mas, hoje não lembro mais, de tudo que eu tinha

Ah, minhas mãos calejadas que amparam meus cabelos brancos
São deles o único brilho em meus olhos fundos
Tu ficas Calada, pois meu corpo te seduz
E tua falta a cada dia que passa, só me reduz

Glauberto Laderlac - Janeiro/2013

A VIDA PASSA ASSIM


Se eu tivesse curiosidade seria um cientista;

Se eu tivesse paciência seria médico;


Se eu tivesse pressa, piloto de corrida

;
Se fosse forte, talvez lutasse;



Se fosse bom de cálculos, economista;


Se eu fosse rico seria esnobe;


Se fosse pobre, humilde;


Se eu fosse leve, seria um monge;


Se fosse astuto, com certeza advogado;


Se fosse engraçado, humorista;


Se eu fosse sério, empresário;


Se eu fosse poliglota seria um diplomático;


Se eu tivesse coragem, um domador,


Se eu fosse medroso, um eremita;


Se eu tivesse beleza seria modelo;


Se tivesse talento, cantor;


Se eu fosse carismático, quem
 sabe um ator;

Se eu fosse mais novo, começaria antes;

Se eu já soubesse daria conselhos;


Se eu visse, contaria;


Se eu escutasse, diria;


Se eu, ainda, tivesse alguma ideia, continuaria a escrever.


Ah se eu fosse... Ah se eu tivesse... Ah se eu pudesse!


Autor : Glauberto Laderlac - 20/04/12

NÓS,CLIENTES, ESTAMOS CANSADOS!

Após sermos bombardeados com uma comunicação que nos enche de expectativa, estamos cansados de nos frustrarmos diante de atendimentos pífios.
Promessas não cumpridas, informações truncadas, mau atendimento e atos falhos, não são mais tolerados pelos clientes. Dificilmente uma propaganda conseguirá  minimizar, substituir ou apagar uma imagem negativa produzida por um  atendimento desastroso.
Sabemos que, nos comerciais promocionais, há um texto imenso de “pequenas letrinhas”, nas quais os anunciantes “esclarecem” situações de quantidade limitada por estoque, condições de preços e prazos mediante a consulta de crédito, taxa de juros para financiamento, e etc. Mas, nunca observei algo a respeito que especifique o “tipo, perfil ou classe social” de cliente que a loja está disposta a atender.
O Pré-julgamento, sobre o perfil e poder econômico dos clientes,  ainda é observado na maioria dos estabelecimentos. Assistimos ainda, uma tentativa artificial de disfarce desta prática, o que, tenham certeza, deixa ainda  mais clara a atitude falsa e preconceituosa de quem está atendendo.
Certa vez num shopping, vestido formalmente, entrei numa das lojas de uma  grande rede varejista de eletrodomésticos.  Em apenas 05 minutos fui abordado por 03 vendedores e até pelo próprio gerente da loja. Talvez minha gravata estivesse fazendo sucesso.
De outra forma, sem nenhuma formalidade, por ser um sábado, estava de bermuda e tênis e voltei à mesma loja. Para nenhuma surpresa, em 15 minutos dentro da loja, onde passei pelas seções de notebooks, TVs de LCD e aparelhos de microondas, apenas um único vendedor me abordou. Justamente na seção de microondas, acredito inclusive que, sua abordagem tenha sido pela presença de minha esposa, pois homens raramente compram microondas desacompanhados.  
Neste momento pensei: - Ufa, alguém vai salvar a pátria. Engano meu. Ao se aproximar com a velha frase “Posso ajudar?”, o nosso quase herói repentinamente desistiu de sua empreitada quando eu propositalmente pronunciei: - Este preço está muito alto para esta marca!
A decisão de compra não está apenas em que vai usar o objeto comprado. Isso é matéria batida. A venda sofre várias influências, e a maioria delas são de pessoas ligadas ao usuário. Num processo de atendimento, nenhum comentário pode ser desprezado.
Senhores; não existe maior sinal de compra do que uma objeção de preço. Trata-se uma lógica simples. Se não quero comprar o que me importa está caro ou barato? Se me importa é porque tenho algum interesse. Talvez não de imediato, mas tenho algum interesse, de outra forma, não me importaria com nada.

Mas, ao contrário desta triste experiência, nem tudo estava perdido. Neste mesmo sábado, e não troquei de roupa, parei em frente a uma loja de ternos. Ainda perante a vitrine um rapaz me abordou: - “O senhor precisa do terno para que ocasião? Algum evento ou trabalho?”. Não muito simpático, propositalmente, até mesmo para testá-lo, disse-lhe seco e introspectivo: -Trabalho! Fazia muito tempo que eu não via tanta atitude e compromisso. O vendedor emendou sua fala e oportunamente perguntou qual o meu número de calça, respondi despretensiosamente e quando notei lá estava o rapaz com dois ternos, um grafite e outro preto; -“Sr.?! Qual a cor que mais lhe agrada? Experimente-os sem nenhum compromisso!” Bem; o experimento me rendeu um terno completo, uma gravata e uma camisa, divididos em 06 parcelas no cartão de crédito.
Agora vejamos! A loja de eletro qual tive 02 experiências distintas, está na mídia ferozmente com inserções em todos os horários e dias. Então podemos imaginar o custo de cada cliente para esta loja. Enquanto isso a loja de ternos, que engrossou meu guarda-roupa, conta apenas, com um belo adesivo em sua vitrine e a atitude de seus vendedores.
A abordagem do vendedor de ternos teria ido por água abaixo se ele tivesse utilizado o mesmo jargão da loja de eletro: “Posso ajudar?”. Pois, simplesmente eu poderia responder: - NÃO! Se o jovem vendedor de ternos fosse um profissional que escolhesse seus clientes pela roupa que veste, também não teria tido sucesso. Se sua atitude fosse arraigada de preconceitos, ele jamais teria abordado, numa loja de ternos, um cliente vestido de tênis e bermuda.
O comportamento do rapaz na loja de roupas sociais foi assertivo e enérgico, quando direcionou sua pergunta a uma possível necessidade minha, “...algum evento ou trabalho?”. Neste momento sua pergunta ganhou um sentido e um porque de ter sido feita. Eu tinha uma necessidade (ainda não conhecida especificamente) e ele tinha a solução.
Vemos muitas organizações empreenderem demasiada força para fomentarem suas vendas desesperadamente através de soluções midiáticas esquecendo-se, no entanto, de quem realmente fará a venda acontecer, O Consultor de Vendas!
Como consultor de treinamentos, faz parte de minha rotina ouvir de representantes de algumas empresas que, estão sem verba para investir em treinamentos, muito embora, visito propositalmente, as empresas que possuem grandes contas em canais de mídia.
Conhecemos várias empresas que fazem investimentos espetaculares em comunicação e promoção de produtos, mas que, esquecem de investir em um dos seus maiores patrimônios, o bem intelectual de seus colaboradores.
Os canais de comunicação devem servir de ferramenta de atração. Devem apoiar as estratégias de marketing, mas não podem substituir o poder de persuasão, a simpatia, o calor humano, a interatividade e o relacionamento que somente podem ser feitos por aquele que produz e consume, o homem!
Nós, clientes, como cantam os Titãs; “..não queremos só comida, queremos comida, diversão e arte...”. Estamos cansados de sermos tratados com preconceitos e atitudes pré-formatadas sobre as nossas condições econômicas,  nosso poder de compra e nossas opções pessoais. Não temos mais tempo a perder tentando convencer as lojas e seus vendedores que queremos e podemos comprar.
Os comportamentos mudam, as vendas pela internet crescem em progressão geométrica. Há vários casos de sucessos nos empreendimentos  virtuais. As pessoas começam a adotar costumes específicos e embora nosso país ainda tenha muito a se desenvolver nesta área, não se enganem, este atual modelo de atendimento, empregado pela maioria do varejo empurra os clientes para compras impessoais onde sem nenhum preconceito o computador torna-se ferramenta de compra.
Se não cuidarmos de quem está na frente, e à frente de nossas lojas, estaremos fadados a falência. E a crise, se esta existir, não poderá ser usada como desculpa, pois aquele que estiver fazendo seu dever de casa (cuidando de seu atendimento) terá sucesso e com pouco custo.

Autor: Glauberto Laderlac
Publicado em: " O GERENTE" 

REPENTE



E a poesia em meus dedos
Num solo de violão
Com a pureza de um menino
Como um brado de trovão
Ontem fui pequeno
Hoje cidadão

Amante da noite
Traído pela ilusão
às vezes andarilho
Quase sempre solidão

De consolo uma viola
Da lua sou ladrão
Dos raios com os pingos da chuva
Na neblina, sou canção

Vi tudo na vida
Por nada paguei
Em tudo acredito
  por amor eu pequei

Na sede choro triste
No calor me deleito
Com frio tenho medo
Nos teus braços sou perfeito

Anjo e menino,
Feito bicho
Perdido, me encho de instinto
E me acho no teu cheiro
.
Autor: Glauberto Laderlac

terça-feira, 23 de junho de 2015

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - CURSO DO TEATRO PARA O MERCADO

Participe você também da NOVA TURMA :


CURSO DO TEATRO PARA O MERCADO DE TRABALHO

Público Alvo: Este curso é voltado para todos os profissionais de mercado que desejem adquirir ou aprimorar seu poder de persuasão, seu conhecimento de mercado, oratória, desinibição, postura comportamental e física. Indicado para profissionais: gestores, professores, ministrantes, palestrantes, comerciários, vendedores, etc.

Objetivo: Abordar as técnicas teatrais como auxílio às situações de mercado.


Conteúdo Programático:
História do teatro;
Desinibição e oratória;
Impostação de voz;
Relaxamento e Concentração;
Interpretação de texto;
Preenchimento de espaço com foco no Posicionamento comportamental e corporal;
Dinâmicas com Paralelos situacionais entre o lúdico e o mercado;
Abordagens pedagógicas;
Condução de diálogo,
Reuniões e Feed-Back;
Simulações (esquetes) para estudo de casos de mercado 

CLIQUE NO LINK ABAIXO para realização de sua INSCRIÇÃO:

INSCRIÇÃO - CURSO DO TEATRO PARA O MERCADO