quarta-feira, 24 de junho de 2015

ALÉM MAR



Nada na vida me pertence tão pouco quanto teu olhar
De nada vale viver sem tê-lo
De nada quero saber sem vê-lo
Espelho, certeiro desejo em meu coração

De plumas ao vento, leve são asas do amor
Pobres são as dores dos que amam
Pobres são as cores do meu coração

ah, quanta alegria existe, além do mar
Quanta tristeza é vê-la nas ondas a me deixar
Noutro porto noturno de amor

Amor de primavera, com flores e cheiros,
Que acaba no outono quando as folhas caem
Amor de sábados sem amanhecer de domingos
Sem esperanças de segundas ou outras intenções

Nada vale a vida do homem que morre sem amar
Nada vale a vida do homem que vive amando
Pois este o matará
Ou de banzo ou de cólera ou de lágrimas a derramar pela alegria

Além mar que jamais será sua, senão do vento, da praia, da cor do pecado,
Que apenas há de tocar, mas nunca possuir

Autor: Gluaberto Laderlac

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